No dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual Infantil, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que reforça a Lei de Alienação Parental, uma cartada jurídica que vem sendo usada em processos de guarda para desacreditar crianças e mulheres que denunciam agressões e abusos. Agora, vamos nos reunir com os coletivos em luta para pensar em novas estratégias para reverter esse absurdo!



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Um em cada sete adolescentes já sofreu algum tipo de abuso sexual ao longo da vida. Além disso, o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo. Nesse contexto, é inadmissível que tenhamos leis que descredibilizem a palavra de mulheres e crianças - e, o que é pior, ainda torne possível que elas precisem viver em contato com o agressor.

A aprovação do PL 634/22 no Dia Nacional do Combate ao Abuso Sexual Infantil é um retrocesso nesse sentido: além de permitir que pessoas investigadas por violência doméstica possam seguir livremente com a guarda de seus filhos, o projeto reforça um mercado de laudos psicológicos para enquadrar as mães como supostas alienadoras, anulando o relato das crianças e tomando como "loucas" e "vingativas" as mulheres que decidem denunciar as agressões sofridas por elas mesmas e/ou seus filhos(as). Parece um absurdo, mas o Brasil é o único país no mundo inteiro que possui uma lei baseada na suposta “síndrome de alienação parental”, um comportamento de rejeição desenvolvido pela criança em relação a um dos genitores por conta de supostas difamações feitas pelo outro genitor.

Somos mais de 11 mil pessoas mobilizadas contra esse retrocesso. Com essa derrota, vamos agora pensar em novas estratégias de promover o debate e incidir pela revogação total da lei de alienação parental no Brasil. Siga a gente no Instagram para ficar por dentro das nossas próximas ações!



A "síndrome da alienação parental" não é um conceito válido cientificamente

A Organização Mundial da Saúde, a Organização das Nações Unidas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e, no Brasil, o Conselho Nacional de Saúde e o Conselho Nacional de Direitos Humanos rechaçam a suposta patologia. A Lei de Alienação Parental (Lei 12.318/2010) se baseia, nesse caso, numa pseudo teoria científica.
As mulheres são as principais acusadas de praticar a "alienação parental"

A Lei de Alienação Parental tem sido usada majoritariamente contra mulheres, que têm sua sanidade colocada em xeque nos tribunais e acabam sendo acusadas de vingativas e manipuladoras ao tentar afastar os filhos do convívio com o pai abusador.
Em caso de disputa de guarda, já existem leis que regulam o convívio familiar

O Código Civil, o ECA e a jurisprudência já priorizam o melhor interesse da criança, caso um dos genitores de fato crie obstáculos ao cumprimento do regime de visitação e de guarda determinado pelo juiz. A LAP, por sua vez, busca patologizar a conduta das mães ao reforçar o estereótipo da mulher louca e ressentida com a separação.

















O Mapa do Acolhimento atua mobilizando pessoas pelos direitos das mulheres e conectando psicólogas e advogadas voluntárias a mulheres que sofreram violência de gênero. O Mapa do Acolhimento é uma iniciativa do NOSSAS, uma organização sem fins lucrativos que impulsiona o ativismo solidário e democrático no Brasil.